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12 de nov. de 2009

A educação a luz do pensamento de Maturana

A educação a luz do pensamento de Maturana
Elisabeth Rossetto
Docente da Universidade Estadual do Oeste do Paraná/UNIOESTE/Cascavel (PR).
Revista “Educação Especial” n. 32, p. 237-246, 2008, Santa Maria
Disponível em:
(Trechos extraídos em artigo publicado em revista sob o mesmo nome)


Maturana nos apresenta uma teoria sistêmica que tem fundamentos biológicos. A partir da biologia, fala do amor como emoção básica que caracteriza o modo de vida humano. O amor é o fundamento biológico do humano, pois é “a emoção central na história evolutiva que nos dá origem”
(MATURANA, 1997, p. 57).

Maturana (1998) observa que:

[…] o amor não é um fenômeno biológico eventual nem especial, é um fenômeno biológico cotidiano. Mais do que isto, o amor é um fenômeno biológico tão básico e cotidiano no humano, que freqüentemente o negamos culturalmente criando limites na legitimidade da convivência, em função de outras emoções (p. 67).

O amor, para ele, não especifica nenhum tipo de valor a ser cultuado. Não deve ser confundido como uma apologia, ou como preceito cristão ou religioso, mas como uma atitude epistemológica para a construção de uma aprendizagem que privilegie a cooperação que acontece na aceitação mútua, na aceitação do outro como legítimo outro. Faz a defesa de um modo de vida pautado na cooperação e não na competição, pois o viver pautado no ato de competir evoca a negação do outro, e não abre espaço para a aceitação mútua. Segundo o pensamento sistêmico, quando falamos em amor, aceitação mútua, cooperação não estamos tratando de conceitos, mas é um ato espontâneo, uma experiência que nos define como espécie evolutiva.

Para Maturana os seres vivos estão determinados em sua estrutura, mas encontram-se em constante processo de transformação graças ao papel atribuído à cultura e à educação como instrumentos mediadores para esse sujeito. Para tanto, caracteriza o sujeito como mutável ao dizer que:

A célula inicial que funda um organismo constitui sua
estrutura inicial dinâmica, aquela que irá mudando como
resultado de seus próprios processos internos, num
curso modulado por suas interações sociais. Segundo
uma dinâmica histórica na qual a única coisa que os
agentes externos fazem é desencadear mudanças estruturais
determinadas nessa estrutura. O resultado de
tal processo é um devir de mudanças estruturais contingente
com as seqüências de interações do organismo
que dura desde seu início até sua morte como um processo
histórico, porque o presente do organismo surge
em cada instante como uma transformação do processo
do organismo nesse instante. O futuro de um organismo
nunca esta determinado em sua origem. É com
base nessa compreensão que devemos considerar a
educação e o educar (1997 p. 28).

Portanto se faz necessária à aceitação do outro como legítimo outro, primando pela sabedoria de convivência, lidando com os erros como oportunidades de mudanças e atribuindo valores às ações, através de uma postura reflexiva no ambiente no qual se esta inserido. Um espaço reflexivo que permita ao sujeito se perguntar“como estou fazendo, como estou lidando com isso”, tomando a si mesmo como referência.

O educar se constitui no processo em que a criança ou o
adulto convive com o outro e, ao conviver com o outro, se
transforma espontaneamente, de maneira que seu modo
de viver se faz progressivamente mais congruente com
o do outro no espaço de convivência. O educar ocorre,
portanto, todo o tempo e de maneira recíproca. Ocorre
como uma transformação estrutural contingente com
uma história no conviver, e o resultado disso é que as
pessoas aprendem a viver de uma maneira que se configura
de acordo com o conviver na comunidade em que
vivem. A educação como “sistema educacional” configura
um mundo, e os educandos confirmam em seu viver o
mundo que viveram em sua educação
(MATURANA, 1997 p. 29).

Um comentário:

antes que a natureza morra disse...

Parabéns pelo teu blog !
Obrigado por estar seguindo como leitor as postagens do meu blog ecológico, o que aumenta a minha responsabilidade.
Abraço fraterno

James Pizarro

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